Amizade é o amor que perdura

Não lembro onde foi que ouvi essa frase. Se foi em uma música, em um livro ou em um tweet. Só sei que ela ficou na minha cabeça. 

Criou raiz. Acho que é um tipo de orquídea, sabe? Daquelas trepadeiras. 

Tenho a impressão de que vai ficar melhor, aqui. Quem vai ter mais espaço para florescer, já que não terá apenas os meus pensamentos como alimento. 

Amizade é o amor que perdura. 

As minhas, no fim, sempre foram poucas. Todas pessoas que cruzaram meu caminho em momentos que a solidão ameaçava me engolir. Algumas delas já não perduram: transformaram-se em borboletas de asas translúcidas e voaram para longe, mas a maioria continua aqui. Algumas da vida inteira, outras com poucos meses. 

O tempo, quando se trata de amizade, não importa muito. Não passa de ilusão, um detalhe sem importância alguma. 

Amizade é o amor que perdura. 

É, mesmo. 

Amizade é acolhimento. É casa. A rede de apoio que vai te sustentar justo quando você pensar que, agora, não tem mais a menor condição de ficar de pé. 

Dizem que amizades verdadeiras são como jóias raras. Pérolas, talvez, e que damos sorte quando encontramos algumas poucas durante a nossa vida. 

Dizem que, nos nossos momentos difíceis, nas horas de dificuldade, é que descobrimos que são os nossos amigos, de fato. Aquelas pessoas com as quais podemos contar, não importa qual seja o motivo. 

Gosto de pensar que sou uma pessoa de sorte. 

Minhas duas últimas semanas não foram exatamente fáceis, e dizer que estou “bem”, seria uma mentira deslavada. “Bem” não é uma palavra que se aplique a mim no momento, e talvez ainda demore para que isso aconteça, mas… 

Mas foram duas semanas para me lembrar de que não estou só. De que existem pessoas — poucas e especiais — que estão comigo a cada passo. Pessoas que vão chorar e rir comigo. Que acreditam em mim mesmo nos dias em que eu não acredito. Como ouvi de uma pessoa da minha família, outro dia: tu achou a tua turma. 

Amizade é o amor que perdura. 

Amizade é a família que a gente escolhe. E que escolhe a gente de volta. 

Uma vez, um dos meus cantores favoritos disse: “quando eu partir, vou deixar para trás seis flores e milhares de borboletas”. 

Hoje, entendo muito o que foi que o Jin quis dizer. 

No meu caso, serão mais de seis flores, mas o número não importa. O importante — o importante de verdade — é que cada uma das minhas flores tem uma cor vibrante. Cada uma delas, do seu próprio jeitinho especial, tem o poder de encantar o mundo. 

Esse texto, singelo e aleatório, é o meu jeito de agradecer a vocês por terem me escolhido. 

Por terem me ajudado a lembrar de que, apesar de a escrita ser um ofício bastante do solitário, tudo é melhor e mais fácil quando sonhamos juntos. 

Obrigada, por sonharem comigo.