Tempo criativo, manta literária e o meu amor pelo teatro

Credo, esse título ficou grande. 

Desculpem. Acontece que são muitos assuntos para falar em um único texto. Ou talvez o melhor seja dizer que são partes diferentes de um mesmo todo, e eu falhei na tarefa de pensar em um título que abarcasse tudo. 

O que fazer? Títulos são meu calcanhar de Aquiles quando se trata de escrever. Eu sempre passo muito tempo pensando neles. 

Mas, vamos ao que interessa de verdade. 

Ontem (sexta, 25 de abril) eu tive o prazer de participar de uma live para o projeto da Manta Literária, no canal de uma querida amiga minha, a May Mortari, na companhia da Olivia Pilar, outra escritora de quem amo acompanhar o trabalho. 

Para quem quiser ver, a live ficou gravada no canal da May! Durante a live, nós três conversamos sobre o nosso processo criativo e a nossa relação com a escrita, tão intrínseca e, porque não, um tanto complicada. 

O que me leva a outro dos pontos que me fez sentar aqui para escrever em pleno sábado de manhã: é impressionante como a escrita pode nos consumir, e não necessariamente de um jeito bom. 

Não me entendam mal. Eu amo escrever e, sinceramente, não há outra coisa no mundo capaz de me deixar mais feliz. Mas… sejamos realistas? Escrever não é fácil. E para a maioria de nós, autores, não é um hobbie. É trabalho. E é um trabalho que exige muito esforço e dedicação. 

No decorrer da live, conversamos sobre isso. Sobre como há dias em que, mesmo quando nos damos ao direito de tirar um tempo de descanso, as histórias estão lá, cutucando nossa mente e nos fazendo pensar em como deveríamos estar produzindo em vez de estar, sei lá, assistindo TV. 

Que escritor nunca pensou que estava “perdendo tempo” por escolher fazer qualquer outra coisa em vez de escrever? 

Quantos de nós já não nos julgamos por não priorizar o projeto atual no qual estamos trabalhando em vez de aceitar um convite para dar uma volta?

Eu já perdi a conta de quantas vezes isso aconteceu comigo. 

Já nem sei mais contar as situações nas quais passou pela minha cabeça que eu deveria estar fazendo mais. Que deveria estar fazendo melhor. Situações em que me senti mal por não estar trabalhando em um projeto ou não estar dedicando mais horas do meu dia à produção de uma história. 

É, como eu disse antes, um trabalho que exige muito de nós. 

E aí você que está lendo esse texto e não faz parte do mundinho literário deve estar se perguntando: mas, se é tão penoso em alguns momentos, por que você continua? 

Veja, essa é uma pergunta com muitas respostas possíveis. 

Eu poderia dizer, como já fiz tantas vezes antes, que escrevo por amor. Que escrevo porque adoro contar histórias e tenho o sonho de, um dia, escrever o livro que vai ser o favorito de alguém. 

Tudo isso é verdade. Mas, quer saber de uma coisa? Não é a verdade completa. 

Eu continuo porque preciso. 

Porque escrever me desafoga. Me ajuda a respirar e a encarar o mundo como mais do que uma sucessão de problemas a serem resolvidos. 

Escrevo porque, apesar de todo o resto, escrever é o que mais me faz feliz. 

E então… o que tudo isso tem haver com teatro? 

É simples, e eu aposto que você, pessoa que está do outro lado dessas palavras, já entendeu. O meu próximo projeto, aquele que está me tirando o sono e ocupando um espaço enorme da minha cabeça? É uma história ambientada em um palco de teatro.